sexta-feira, 10 de março de 2017

Venci o primeiro dia

Ontem foi meu primeiro dia de Cutting e confesso que foi mais difícil do que eu pensei que seria. Além da imensa vontade comer outras coisas, tem meus problemas psicológicos que ficam me sondando, mas que droga de mente que fica pensando mil coisas ao mesmo tempo e 999 delas é comida, nem fui na casa da minha mãe pra evitar comer porque ela sempre me sabota com bolo ou comida fresca.
A melhor coisa que fiz foi deixar os ovos todos cozidos e prontos para comer, porque me evitou ter que fazer o almoço do marido com o estomago vazio, comi o meu almoço depois fui fazer o dele, que propósito fiz bastante coisas pra não ter que cozinhar até amanhã pelo menos, assim evito ficar perto de comida fora do cardápio e evito possíveis jacadas.
Fui dormir as 21:00, tudo pra não passar por perto de cozinha e geladeira, no meio da noite meu estomago roncou bastante, mas sem sacrifícios sem resultados. Se aqueles marmanjos maromba conseguem, porque eu não posso conseguir? Tudo bem que a finalidade deles é diferente, é queimar a gordura restringindo depois aumentar o peso em músculos fazendo o cardápio ao contrario na semana seguinte, só carboidratos e muito treino pesado, mas isso não os impede de ter fome na primeira etapa né?
Ontem conversei com uma amiga sobre ansiedade patológica, ela também tem e estava procurando um terapeuta mais barato porque qui na minha cidade é muito caro 150 a 200 reais a sessão, aí não dá né.

Pra quem não sabe a diferença vou explicar:

Ansiedade Emocional: Você me convida pra almoçar amanhã, eu aceito. Como essa ansiedade age:
Com que roupa eu vou? Nossa aquele restaurante é show, não vejo a hora de chegar, tenho tanta coisa pra conversar, vai ser super legal, etc.

Ansiedade Patológica: Você me convida pra almoçar amanhã, eu aceito. Como essa ansiedade age: 
Porque será que ela quer almoçar comigo amanhã? Porque não hoje? Será que aconteceu alguma coisa? Preciso lembrar do que conversamos, acho que falei algo que não deveria, ou será que ela convidou por educação e eu idiota achei que era um convite? Nossa sou muito burra mesmo, era só por educação, vou ligar e desmarcar, mas se eu desmarcar será que estou sendo rude? E se for coisa da minha cabeça, e e se ela não convidou e eu achei que convidou. E se o lugar for chique, e se eu não souber me portar, nossa e se ficarem me olhando comer, não sei trocar os talheres, vou dar vexame com certeza. O que eu faço agora. Socorro!

Esse é um pequeno exemplo do que acontece, mas não só se manifesta assim, as vezes pode acontecer com coisas pequenas tipo, preciso ir ao mercado, quando chego lá esqueci o tenho que comprar, começo a suar frio e tenho vontade de sair correndo e gritando porque o local está cheio... etc...

Whatever, faz muitos anos que quero passar com um psicologo mas não tenho condições financeiras pra isso e o SUS é a vida toda pra conseguir e quando consegue é terapia em grupo, que por suas vez não ajuda nada quem tem ansiedade e não gosta de relacionar com as pessoas. Essa amiga descobriu que no Centro Universitário daqui tem assistência gratuita, provavelmente de estagiário supervisionados ou recém formados em residência, mas para mim não importa porque são profissionais da mesma forma, se não der certo é só trocar ou parar, não é?Vou ligar lá e ver se tem vaga porque já estou no limite dos limites.

Muita coisa aconteceu e tudo rápido e uma coisa atrás da outra. Esqueci de falar, meu esposo perdeu o emprego, então o que já estava difícil por conta da crise tende a ficar pior, espero que não. Com ele em casa de férias é uma coisa, a gente sai, passeia, ele fica o dia todo me enchendo o saco, sujando as coisas mas eu sei que acaba e ele vai voltar a trabalhar, está apenas num período de descanso, agora com ele em casa sem emprego é um INFERNO.

Fica pra lá e pra cá procurando uma forma de trabalhar, o que é bom, mas não acha nada pra fazer aí se joga no sofá e desiste de tudo, fica 2 - 3 dias dessa forma, aí se irrita pois está "sendo sustentado pela esposa" (por mais liberal e moderno que o homem seja, ele sempre vai ter esse tique machista) aí levanta e começa tudo de novo, sai sem avisar, inventa as coisas em cima da hora e eu me que me divida em 20 pra conseguir entregar no prazo. Sei que a intenção é ajudar mas eu tenho uma rotina e um cronograma, ele não pode alterar tudo.

Na quarta feira, ele recebeu uma ligação de manhã, eu estava na cama. Levantei e fui fazer minhas tarefas como de costume, ele não falou nada. Então as 9:30 ele falou que o pai dele tinha pedido ajuda pra ir fazer uma entrega, que estava carregando o caminhão e que ia ligar e passar pra pega-lo.
Ok, perguntei ao meu marido o horário, ele não perguntou. Ok, continuei fazendo o que estava fazendo.
As 10:20 ele me joga: e o almoço??? 
- Mas, hein? Almoço as 10:20 da manhã? 
- Meu pai vem aqui daqui a pouco e quero ir almoçado porque não sei que horas voltaremos

Lá fui eu correndo fazer algo rápido, coloquei água pra fazer macarrão e o telefone dele toca

- Meu pai chegou, não precisa mais de almoço, eu me viro - E saiu bravo.

Posso com uma coisa dessas? Aí ele voltou, não era o pai dele ainda. Desci furiosa na casa da minha mãe, peguei as sobras do jantar na geladeira fiz um prato e levei pra ele. Eu estava possessa, furiosa
- O que foi? 
- Essa é última vez que faço isso, da próxima você vai ficar sem comer
- Não pedi pra você ir lá pegar comida
- To cansada disso já, existe uma coisa chamada planejamento, *@#*$@#$@*. Você vive fazendo as coisas em cima da hora, você resolve fazer e faz, e eu como fico? Você sabe se tenho algo planejado? Pergunta o que tenho pra fazer? Se eu posso fazer? @#$*@#$* como vou adivinhar que horas você vai sair, como vou saber se vai ser antes ou depois do almoço. O almoço é MEIO DIA todos os dias e você sabe disso, se não tem certeza se vai sair antes ou depois me fala assim: Amor vou ajudar meu pai hoje, tem como fazer o almoço agora mais cedo porque não sei que horas vamos?
Ahhh c@#$*@# olha que simples.

Ele comeu, escovou os dentes e saiu. Sem dizer nada, e faz 3 dias que não fala comigo mais do que o necessário. 
Sim, é coisa boba, sim eu poderia ter agido diferente, mas soma todo estresse do dia a dia, soma minha ansiedade, soma os anos e anos de traumas que tenho, eu explodi.
Mas explodi não por causa disso, mas porque tem muita coisa que quero falar e não consigo, nem pra ele, nem pra vocês, nem pra mim.

Hoje ele já saiu de novo, agora cedo. Acho que vou caminhar pra esfriar um pouco a cabeça.

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